[segunda-feira, maio 14, 2007]

assistam estamira.. um documentário sobre estamira, uma mulher de 63 anos que vive/trabalha no aterro sanitário (rj) onde se recebe 8 mil toneladas de lixo por dia... ela tem distúrbios mentais e durante o filme discursa sobre problemas gerais mas de uma forma absolutamente única, soando meio filosofia, meio louco, meio poesia... genial

"tudo que é imaginário tem, existe, é"
(estamira)

[quinta-feira, abril 05, 2007]

até que foi bem discreto, deixando ao partir, intenso muito do seu segredo. nem chegou a tempestade, esses excessos do vento. foi um corte pequeno: nem dor a mais, nem de menos. foi porque tinha que ir, foi porque tinha que ser. mas está aí a cicatriz - que não deixa mais mentir se foi ou não foi feliz


(eu fui
e continuarei indo..)

[segunda-feira, março 05, 2007]

o ritmo é a doença: aurora na lage, porres pelas ruas, fachadas de lojas vazias em pleno subúrbio na luz neon de faróis desenfreados e todo tráfego frenético na corrida da minha mente feita do prazer, vibrações de sol, lua, marijuana e flores mortas no barulho de um crepúsculo de inverno do taj mahal, declamações de frases feitas entre latas de lixo e a suave e cintilante soberana luz da mente plena de insignificâncias - o chamado pensamento sem efeito.
o método da cura: deve ser a mais pura carne

[sexta-feira, fevereiro 16, 2007]

sabe, a sensação de vazio. nada preenche, nada é bom suficiente. nada é o que parece. só aparecem muitas sombras e cicatrizes. são tantos cortes. e nem sou tão forte pra lutar com um milhão de neuroses. a cabeça gira, o mundo gira. apenas o simples parece ter coerência. apenas covardia ainda existe na minha essência, daquilo que eu costumava ser quando eu realmente era. hoje resta só a amarga existência. de existir por existir. sem saber porque ou como quando ou por resistir simplesmente. questões não preenchem o vago dentro, esse mistério, lágrimas, linguas, mentiras. nem sou tão fraca a ponto de não ser franca por parecer assim o que eu não ligo, sentimental até na vontade de grito, de fuga. mas tem dias que, porra, machucam

[terça-feira, janeiro 02, 2007]

ano novo e a mesma coisa de pessoas que querem perder peso, encontrar um namorado via web, de pessoas com filhos demais, de menos, pessoas que procuram tratamento pra engravidar e pessoas que vendem os seus filhos naqueles traficos ocultos até que a policia chega e prende tudo e todos. pessoas que sonham alto, pensam baixo, desejam peito maior, nariz menor, poucos planos e muitos plásticos, emprego novo, virar solteiro e pessoas que fazem macumba para ficarem amarrados. pessoas que choram muito vendo novela e torcem efusivamente para um final feliz. pessoas rindo da tragédia alheia até que elas virem as alheias e alvos de risada já que tudo que voce faz, voce paga. e tem pessoas que pagam muito por pouco, pagam parceladamente um novo sorriso e ainda pagam pra ver o impossível. pessoas novas, sempre velhas no ano novo, novamente. nova mente? a mesma. mas o ano, ah.. quanta diferenca

[quarta-feira, novembro 22, 2006]

estou me sentindo tão leve. coma uma bolha de sabão: leve, admiravelmente transparente e prestes a explodir. de tão leve. de tão cheia de sossego. como praia deserta, céu azul e voce ali na sombra olhando tudo, escutando o barulho do mar e pensando - mentira. é tão calmo que não tem motivo pra pensar. não tem mais aquela pressa louca de curtir tudo hoje agora já talvez porque o mundo não vai acabar amanhã mesmo ou talvez por ter encontrado uma pedra no caminho chamada voce no caminho tortuoso dessa minha corrida desenfreada contra o tempo que não pára nunca e não mudava em nada deve ser isso mesmo então resta se conformar e seguir em frente ou pra todo lugar que o vento venha a me carregar - como carrega toda bolha de sabão, de tão leve

(do not explain)

(doutor, eu estou me sentindo)

[sexta-feira, novembro 03, 2006]

um outro bolero
onde estrelo um duelo
persevero ou desacelero?

(castelo transformado em farelos)

ele diria: mero flagelo
ela achou: me recupero

são todas as palavras que vocifero, dias que dilaceram, verdades que adultero e outras pequenas coisas que em mim aglomeram..
mente em desespero?
exagero!
pois sei que posso,
se quero


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muito tempo eu andei contra o vento
mas agora é hora e mudar
pois o contrário de nada é nada
e assim não se sai do lugar
(os mutantes)

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eu tenho raiva. uivo. vivo! grito. calo. sufoco e admito que odeio admitir que estou errada. fa?o drama, fa?o direito e qual a grande jogada se tudo come?ou e vai acabar do nada? pegue sua bebida, enfrente mais uma partida e tente não se sentir culpada

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sim: transformei amor em nada.
não: estou arrependida
(?)
sem duvidas, dividas ou dadivas
(somente duas vidas divididas)
.

dito e feito!
um tchau pro beijo

[terça-feira, outubro 03, 2006]

Desisti provisoriamente de qualquer decisão mais brusca.
A unica coisa que me interessa no momento eh a lenta cumplicidade da correspondencia. Leio para mim as cartas que vou mandar: "Perdoe a retorica. Bobagem para disfarcar carinho.
(ana cristina cesar)

o tempo passa, interesses que mudam
como as cores que perdem o tom
looks like gray...
a foto que perdeu o encanto
aparencias enganam, mas nos enganamos mais ainda
desacreditando

[quinta-feira, julho 06, 2006]

bem chateada.
é facil falar qualquer coisa sobre os outros quando isso não é verdade,
quando não se tem como provar. fica palavra contra palavra
eu acho estranho as pessoas dissimularem olhando no olho
ainda apontando o dedo, questionando: vai negar?
não tem o que fazer, é uma droga

[domingo, junho 18, 2006]

quando eu omito, minto. e não da pra conviver com mentiras
quando eu digo, é muito. e não da pra conviver com certas verdades
e eu fico assim e soh.